terça-feira, 28 de agosto de 2012

Me ajuda a olhar

Tudo o que somos é resultado das influências que absorvemos: do meio em que vivemos, das pessoas com quem convivemos, dos ambientes em que frequentamos... 

Além de sermos influenciados/modificados, também influenciamos/modificamos aos outros. 

Essa troca é totalmente inevitável, e pode ser benéfica ou maléfica, mas jamais saímos neutros ou ilesos enquanto nos relacionamos com o próximo. 

Nem a nossa visão é totalmente nossa, nem o nosso pensamento, nossas ideias... Tudo o que se é, se enxerga, se pensa, é resultado daquilo que se ouve, ou até do que se pensa que acham sobre aquilo a que se referimos.

Que possamos exercer boas influências na vida de outros. Que ajudemos a olhar melhor e ver nas coisas mais belas do mundo, belezas maiores ainda!



“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!”

“O livro dos abraços” – Eduardo Galeano (Porto Alegre: L & PM, 2005, p.15)