quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sondagem da escrita disfarçada de brincadeira

Neste final de semana, realizei uma aula com uma aluna que tenho, de 6 anos, que cursa o 1º ano do Ensino Fundamental.
Como estou a acompanhando há algum tempo, e realizando atividades com a intenção de alfabetizá-la e letrá-la, desejava realizar uma sondagem para verificar como anda o processo.
Esta sondagem seria comparada com uma anterior que havia realizado.

A aluna é cheia de energia, como qualquer criança normal e saudável! Então, pensei em uma brincadeira, uma atividade que proporcionasse à ela diversão, prazer, e ainda em que coubesse a sondagem de sua escrita.
Para isso, levei um papel pardo bem grande, contornei o seu corpinho. Ela adorou ver o desenho de seu contorno, se achou SUPER GRANDE! Bonitinha...

A partir de então, deveria utilizar toda a sua criatividade e, utilizando dos recursos que forneci (canudos coloridos, tinta guache, tinta colorida de auto-relevo, lápis comuns e aquarela, canetinhas e canetões, colas, retalhos de papéis de diferentes texturas e cores, fitas de cetim, etc...) para criar um personagem.
Poderia ser um homem, uma mulher, uma criança... Mas deveria ter um nome, vestir roupas, sapatos e acessórios, e estar em um cenário que também deveria desenhar.
Para tornar a brincadeira mais divertida, foi feita em dupla: a florzinha "pintou e bordou" junto com sua colega, Ester (que, por sinal, é minha irmã).

Depois de tudo desenhado, pedi para que elas escrevessem os nomes de tudo o que haviam desenhado, no próprio papel. Saíram várias palavras espontaneamente: cabelo, "braso", perna, pé, e muitas outras...

A sondagem demonstrou que ela encontra-se na fase silábica-alfabética, de acordo com as definições da Psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferrero, quase chegando lá...... A sondagem anterior havia mostrado que encontrava-se na fase silábica (ou seja: houve um avanço, que bom participar disto!!!)

Engraçado que a atividade acabou proporcionando várias reflexões entre as duas. Uma das que me lembro: "E debaixo do braço dela, a gente coloca cabelo?", "Claro que não... Ela é uma mulher! Nas mulheres não nasce cabelo embaixo do braço!!!" - Risos, risos, e risos... 
Não colocaram cebelo debaixo do braço, mas colocaram brincos nas orelhas, pulseiras, anéis, tornozeleira, biquíni, e ainda não esqueceram do bronzeado da moça, nem do chapéu para proteger o rosto das queimaduras do sol... O cenário escolhido foi a praia.

Depois de pronta, a avó amarrou o papel desenhado em um poste, de frente para a piscina, porque é claro que a Elena Júlia (nome escolhido pelas crianças para a personagem) gostaria de se bronzear ainda mais um pouquinho!!!

Foi muito gostoso! Confiram algumas fotos da bagunça...